27 January 2015

o nosso apartamento :: our apartment


Como disse aqui, mudámos - há pouco mais de um ano - para um apartamento cheio de histórias (nossas e de outros).

Conheço este bairro tranquilo e cheio de árvores desde que me lembro. Num apartamento do rés-do-chão deste mesmo edifício viveu o meu pai antes de conhecer a minha mãe, a minha avó paterna - quando ficou viúva e se mudou para o Porto - e a minha tia, que viveu sempre com a mãe e por aqui ficou até morrer. E nós, enquanto decorria a aventura da recuperação do nosso apartamento...

Quando a D. Adelina (que me conheceu desde miúda) deixou de poder viver sozinha, o filho veio buscá-la. E simples como o decorrer da vida, há mais de dez anos, este pequeno apartamento veio parar às minhas mãos.

Durante anos esteve adormecido, aguardando pacientemente. Até nós decidirmos viver juntos. Enquanto íamos descobrindo a vida a dois no rés-do-chão, íamos sonhando o nosso lar no último andar. E, uns tempos depois, começámos a dar forma aos sonhos. Tudo o que pudemos fazer nós, fizemos. Sempre que pudemos ajudar para aprender, ajudámos. (Estamos quase aptos para fazer uma casa de raiz...) E, devagarinho, transformámos um apartamento escuro, mofento e degradado num apartamento aberto, cheio de luz e aconchegante.

(Lá, onde os arquitectos eternamente esquissam e não há regulamentos de segurança contra incêndios, espero que o meu professor - o arquitecto Fernando Távora - não esteja muito chateado por eu ter andado para aqui a deitar paredes abaixo numa das suas primeiras obras...)

E porque vos falo disto agora? Porque vamos iniciar a (esperamos nós) última fase da renovação do nosso apartamento. Sim, porque nos mudámos para aqui antes de estar tudo, tudo pronto... E sim, se nos mudarmos para uma casa por terminar, há fortes probabilidades de ela assim ficar. Claro que me refiro a pequenos detalhes, e não a viver sem lavatório ou instalação eléctrica... Como queremos contrariar esta tendência, já temos o mapa dos trabalhos e vamos meter mãos à obra.

Preparem-se para me acompanhar em pinturas e marteladas!

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As I said here, we moved - just over a year - to an apartment full of stories (ours and of others).

I know this quiet, and full of trees, neighbourhood since I can remember. In an apartment in the ground floor of this same building, lived my father before he met my mother, my grandmother - when she was widowed and moved to Porto - and my aunt, who always lived with her mother and here she stayed until she die. And we lived there too, during our apartment renovating adventure...

When Mrs Adelina (who knew me since I was a little girl) could no longer live alone, her son came for her. And simple as the course of life, for more than ten years ago, this small apartment ended up in my hands.

For years it was asleep, patiently waiting. Until we decide to live together. While we were discovering life as a couple on the ground floor, we were dreaming our home on the top floor. And after a while, we began to give shape to the dreams. All we could do we did. Where we could help and learn, we did. (We're almost able to make a house from scratch...) And, slowly, we transformed a dark, mouldy and degraded apartment in an open, warm and full of light apartment.

(There, where architects eternally sketch and fire safety regulations aren't required, I hope my teacher - the architect Fernando Távora - isn't very upset that I had been here tear down the walls of one of his first works... )

And why I'm telling you all this? Because we're just starting (we hope) the last phase of the apartment 's renovation. Yes, because we moved here before everything was ready... And yes, if we moved to a house that is not ready, there is a substantial probability that it stays like that. Of course I'm referring to the small details, not live without sink or electrical installation... As we want to reverse this trend, we have the "to do" list and we're ready to work.

Prepare to join me in paintings and hammering!

7 comments:

  1. (Não sei porquê, não consigo olhar para uma planta de uma casa sem imaginar viver lá!)
    Muita preserverança para esta fase final, é bem verdade, se nos mudamos para uma casa por acabar, ela acaba inacabada... falando por experiencia, infelizmente, mas isso agora não vem ao caso! Fico a torcer por vocês!

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    1. Também te aconteceu? Eh, eh...
      Eu também adoro plantas e não posso entrar numa casa que não comece logo a fazer projectos "mentais" de remodelação (mas no meu caso é um bocadinho de (de)formação profissional...).

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  2. Que bom Ema. É uma alegria dupla: numa casa com tanta história, poder construir a vossa de raiz... :-)

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  3. É isso mesmo! Devagar se vai ao longe :) ansiosa por saber mais novidades!
    Beijinhos*

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  4. Bom trabalho e que o vosso ninho fique pronto rapidinho! :-)
    Depois, quando terminarem, podem sempre matar saudades de trabalho duro aqui na nossa quintarola! :-P
    Beijo grandes e tudo de bom!!! <3

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